quarta-feira, 7 de julho de 2010

Espera

Me tornei uma mulher amarga
De uma amargura que se come com sal
Carrego o peso do desamor, um desamor aborrecido...
Que corrói, desnorteia e é canibal
Meu coração era seu chão, o meu corpo sua raiz
Meu cabelo teu enlaço, minhas pernas teu amparo
Na confusão de ser princesa me torne tua meretriz.

Da minha vida o que eu fiz?
O lugar da sua volta
O caminho do teu regresso
A espera que não se cansa
O lamento bem calado
Um desassossego mal-humorado

Uma sina de gente infeliz
Que vai longe e fundo na dor
Que acha bonito ser sofredor
Que machuca e arrebenta
Mentindo que é feliz
Que foi isso sempre quis

Enquanto sozinha deságua e pranteia
Por quanto o sonho bem longe passeia
Tocando gente, achando graça,
Gozando a vida em cama e mesa.
E minha amargura essa desgraça...
Faz descer sangue e queima na veia

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